Pequenas e médias empresas registram crescimento de 5,2% no faturamento durante o segundo trimestre.
O índice de confiança dos donos de pequenos negócios subiu 1,7 ponto, chegando a 94,3, o nível mais alto desde 2022. Esse avanço foi impulsionado principalmente por empresários do setor de Indústria de Transformação.
Pequenas e médias empresas (PMEs) encerraram o segundo trimestre de 2024 com um crescimento de 5,2% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2023, segundo o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs). O semestre também foi positivo, com uma alta acumulada de 4,3% em relação ao ano anterior.
Para Décio Lima, presidente do Sebrae Nacional, esses resultados mostram o fortalecimento da economia do Brasil. "A redução nas taxas de juros e a queda no desemprego, aliados aos programas que incentivam o desenvolvimento industrial, estão colocando o Brasil no caminho do crescimento sustentável", afirmou.
As micro e pequenas empresas têm desempenhado um papel essencial, gerando empregos e renda em todo o país. Esse aumento de renda nas famílias impulsiona o consumo, criando um ciclo virtuoso onde todos se beneficiam.
Crescimento setorial
O avanço foi impulsionado principalmente pelas pequenas e médias indústrias, que cresceram 11,9% no período, com destaque para setores como "Óleos lubrificantes", "Metalurgia", "Impressão e reprodução de gravações" e "Manutenção e reparo de máquinas e equipamentos".
No comércio, as PMEs também se destacaram no último trimestre, com um crescimento de 4,6% em comparação ao segundo trimestre de 2023. No atacado, houve uma alta de 7,5%, principalmente nos segmentos de "Livros, jornais e publicações", "Cimento" e "Produtos de higiene e limpeza". No varejo, o crescimento foi de 3%, com destaque para "Produtos farmacêuticos manipulados", "Vidros" e "Artigos de armarinho".
Expectativas de crescimento
Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, projeta que as PMEs devem continuar em uma trajetória de crescimento no segundo semestre de 2024, encerrando o ano com um aumento de 4,3% no faturamento em comparação a 2023. Para 2025, a expectativa é de um crescimento mais moderado, de 2%, alinhado às previsões para o PIB brasileiro. Segundo ele, as taxas de juros mais altas, estimadas entre 9,5% e 10% ao ano, tendem a reduzir o estímulo ao crédito e, consequentemente, ao crescimento econômico.
Beraldi destaca que o crescimento das PMEs deverá se concentrar nos setores de Serviços e Comércio, impulsionados pelo consumo das famílias. Ele também prevê que, com a provável queda dos juros em 2025, o setor de Infraestrutura, especialmente a construção civil, deve sentir os impactos positivos.
O Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (IODE-PMEs) considera empresas com faturamento anual de até R$ 50 milhões, divididas em 701 atividades econômicas, englobando os setores de comércio, indústria, infraestrutura e serviços.