O bom desempenho do skate nos jogos olímpicos gerou uma procura por aulas de skate
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Olimpíadas impulsionam novos negócios ligados ao esporte

Modalidades menos convencionais abrem portas para pequenas empresas aproveitarem oportunidades de crescimento.

Desde os Jogos Olímpicos de 2024, realizados em Paris, empresas brasileiras do setor esportivo vêm observando um crescimento expressivo na demanda por seus produtos e serviços. A visibilidade gerada pelo evento para esportes menos tradicionais tem atraído novos públicos, especialmente mulheres e crianças, alterando significativamente o perfil dos praticantes

De acordo com Pedro Trengrouse, professor da FGV e especialista em economia do esporte, esse aumento na popularidade de modalidades específicas durante os Jogos Olímpicos representa uma grande oportunidade para pequenos negócios voltados a nichos de mercado pouco explorados. "A visibilidade que esses esportes ganham é uma chance única para essas empresas", comenta.

A cena do skate, por exemplo, tem registrado um grande interesse. Um exemplo disso é uma criança praticando skate em uma pista interna, equipada com capacete, joelheiras e cotoveleiras, deslizando em direção a uma rampa, sob o olhar atento de um adulto.

Empresas que fabricam equipamentos ou prestam serviços relacionados a esportes como o skate e o surfe estão ajustando suas estratégias para aproveitar essa onda de interesse. Trengrouse destaca que "o aumento na procura é positivo para todos no setor, mas as empresas menores, que lidam com esportes menos populares, têm a vantagem de poder responder rapidamente à demanda."

De acordo com dados do Google Trends, o interesse por skate e surfe atingiu seu auge em julho, marcando o maior volume de buscas no último ano.

A conquista da medalha de bronze por Rayssa Leal em Paris também impulsionou a busca por aulas de skate. Eduardo Mello, coordenador do Núcleo Skate Brasília, revela que "normalmente recebíamos cerca de 20 a 25 contatos semanais, mas na semana seguinte à medalha, esse número saltou para 50."

Além do aumento no número de praticantes, Mello observa uma mudança no perfil dos alunos: "Antes, nossa escola era majoritariamente frequentada por homens. Agora, muitas meninas, inspiradas pela Rayssa, estão aprendendo skate. Hoje, a maioria dos nossos alunos são garotas."

Comerciantes também relatam aumento nas vendas de skates para iniciantes. Caio Vinicius Lima, proprietário da Distrito Skate Shop, comenta que "muitas meninas, em torno dos 10 anos, estão comprando seus primeiros skates. Isso indica que estão começando no esporte, pois quem já pratica geralmente compra as peças separadamente."

As empresas do setor de skate, como a de Lima, relatam que, após a experiência com os Jogos de Tóquio, estavam mais preparadas para a edição de Paris. "O impacto em Tóquio foi inesperado, mas este ano investimos mais em marketing voltado para os Jogos Olímpicos, e os resultados estão aparecendo."

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