As ações da Gerdau podem ter um desempenho positivo hoje após a notícia de que a empresa conseguiu recuperar R$ 1,77 bilhão em depósitos judiciais relacionados à exclusão do ICMS na base de cálculo do PIS/Cofins.

O anúncio, feito na noite de ontem, surpreendeu o mercado, já que ninguém esperava uma injeção de capital dessa magnitude em curto prazo.

Segundo o BTG, o montante recuperado representa cerca de 5% do valor de mercado da Gerdau, que atualmente possui uma dívida líquida de R$ 5,9 bilhões e uma alavancagem de 0,5x EBITDA.

"Com esse novo cenário, esperamos que a alavancagem, que já é conservadora, diminua ainda mais, chegando a níveis que consideramos abaixo do ideal", afirmou o banco. "Nesse contexto, acreditamos que a gestão da empresa pode acelerar o programa de recompra de 5% das ações, que foi iniciado recentemente."

O BTG também destacou que a Gerdau continua sendo sua siderúrgica favorita entre as que acompanha, sendo a única com recomendação de 'compra'.

Os depósitos judiciais foram realizados pela Gerdau entre 2009 e junho de 2017, período em que a empresa aguardava a decisão sobre a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. A companhia parou de realizar os depósitos após o STF decidir favoravelmente ao seu pedido, confirmando que o ICMS não deveria ser incluído no cálculo desses tributos.

Desde então, a Fazenda Nacional recorreu diversas vezes, até que, recentemente, uma decisão final foi tomada, liberando os recursos para a Gerdau.

Nos últimos 12 meses, as ações da Gerdau acumularam uma queda de 15%, com a empresa avaliada em R$ 36 bilhões na B3.